O Reino do Bailundo surgiu na década de 1700 e foi um estado nacional africano, dos povos ovimbundos, sendo era dotado de poderes políticos e económicos. O Reino encontra-se localizado no Planalto Central de Angola, e abrangem as províncias do Huambo, Benguela, Bié e uma parte da Huíla.
Quando o surgiu o Reino do Bailundo, no princípio o nome era Halavala, deu-se este nome devido a sua localização geográfica que estava próximo de um monte. Posteriormente mudou-se o nome para “Mbalundo” devido ao uso de jóias, bijuterias que povo tinha o costume de usar, estes acessórios chamavam-se Ombalundo.
O Reino comporta um palácio real, 35 residências para os membros da corte e jangos que servem para julgamentos tradicionais que ajudam a resolver os problemas sociais que ocorrem na aldeia.
Fundador do Reino do Bailundo
O Reino do Bailundo foi fundado pelo Rei Katyavala Bwila I, que ao fugir de uma aldeia para outra devido aos conflitos que existiam entre as tribos na região do Humbe chegou até ao planalto central de Angola, propriamente no monte Halavala.
O Reino do Bailundo tinha sob a sua jurisdição 5 cidades que se uniram para fortificar o reinado do Rei Katyavala Bwila I. Estas foram as cidades de Calique, Andulo, Vilé, Quiaca e Halavala.
Principais percursores para emancipação do Reino do Bailundo 1818-1903
Chivukuvuku Chama Chongonga – Foi a 12º rei assumir o trono do Bailundo, e teve um reinado bastante curto, o qual durou u menos de 1 ano (1818). Mas as suas ideologias políticas permaneceram durante os próximos reinados.
Chiukuvuku foi um rei que encontrou o reino com uma defesa militar fragilizada devido a presença da colónia portuguesa. Apostou nas bases de defesas militares nas fronteiras do reino.
Soma Inene Jolomba Chissende Ekuikui II – No período de 1876-1890 assumiu o trono do reino, surgindo com uma política diferente. Apostou na produção agrícola e passou a fornecer bens e serviços para Portugal.
A estratégia de agricultura implementada pelo Rei Ekuikui II impediu o conflito com Portugal, e fez com o que o número de aldeias e de habitantes crescesse consideravelmente.
Soma Inene Numa II – Após assumir o trono do Reino do Bailundo (1890-1892), o reino entrou numa segunda guerra com Portugal. As tropas portuguesas encontravam-se então sobre o comando de Justino Teixeira da Silva.
O reino encontrava-se bastante fragilizado no que diz respeito às suas táticas de defesa militar, o que levou com que sofresse saques, massacres, escravidão, estupro em massa.
Soma Inene Mutu-ya-Kevela – A situação da segunda guerra com Portugal acalmou de forma significativa depois de Mutu-ya-Kevela assumir o trono do Reino do Bailundo (1902-1903). O rei procurou estabelecer aliança militar com os outros reinos vizinhos, como os reinos do Huambo.
Depois de uma série de reorganização das tropas militares e com as suas novas aliança, o Reino do Bailundo conquistou algumas vitórias de guerra perante a Portugal.
Em 1903, a autonomia do reino do Bailundo caiu definitivamente depois do Rei Mutu-ya-Kevela sofrer um golpe de estado, implementado por um padre que se encontrava numa missão católica. O padre entregou aos portugueses todas as táticas militares do reino do Bailundo.
Depois de Reino do Bailundo perder a sua hegemonia sobre as tropas portuguesas que estavam agora sobre o comando de Massano Amorim, em 16 de julho de 1903, Portugal firmou um posto na capital do reino, Bimbe-Katapi. Passado alguns anos a nova capital foi alterada o seu nome para Vila Teixeira da Silva.
Como era eleito o rei depois do reino perder a sua autonomia
O Reino do Bailundo passou a pertencer à colónia portuguesa no período de 1903 até 1975, que foi o ano da independência nacional. Durante a era portuguesa, algumas culturas e tradições poderiam ser mantidas no reino, mas desde que os novos reis prestassem contas com os portugueses.
Após a independência de Angola, o Reino do Bailundo manteve os seus hábitos e costumes até aos dias atuais. O trono no Reino do Bailundo nos dias atuais é adquirido de uma forma de herança, onde os filhos dos reis, são preparados desde pequenos para um dia herdarem o trono dos seus pais.
Atualmente, o 36º Rei do Bailundo Chama-se Isaac Francisco Lucas Soma Quesenje e foi eleito no ano de 2021, após do tribunal ter destituído Armindo Francisco Kalupeteka, Ekuikui V, por estar envolvido numa prática de crime que resultou na morte de um cidadão.
O tribunal não interfere diretamente nas tomadas de decisões do reino, somente interfere quando existem motivos maiores e quando está em causa a tranquilidade pública.